sexta-feira, 21 de setembro de 2012

DICAS PARA UM BOM ATENDIMENTO

Por Regina Cantuário

Devemos evitar o modismo de usar o gerúndio para indicar ações futuras: “Vou estar depositando o seu salário hoje à tarde”; “O Instituto vai estar realizando um seminário sobre Gestão pela Qualidade no próximo mês”; “Na próxima quarta-feira, ele vai estar fazendo três anos de empresa”.

São frases mal construídas. Não é caso para gerúndio (depositando, realizando, fazendo). A ação verbal está no futuro. Deveríamos dizer: “Vou depositar (ou depositarei)…”; “O Instituto vai realizar (ou realizará)…”; “…ele vai fazer (ou fará)…”


“Vamos estar resolvendo seu problema hoje à tarde”. Que o brasileiro gosta do gerúndio, todos nós sabemos, mas há visíveis exageros. Esse “gerundismo futuro”, provavelmente de influência inglesa, está chato: “vamos estar retornando”, “vamos estar enviando”, “vamos estar depositando”… Vamos simplificar: “retornaremos ou vamos retornar”, “enviaremos”, “depositaremos” e, graças a Deus, “resolveremos seu problema hoje à tarde”.


Alguns empregos do gerúndio devem ser evitados:

1)    Quando as ações expressas pelos dois verbos – gerúndio e verbo principal – não puderem ser simultâneas: Chegou sentando-se. Ou Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, estudando com um amigo padre na infância.


2)    Quando o gerúndio expressa qualidades e não comporta a idéia de
contemporaneidade:
Vi um jardim florescendo.
3)    Quando a ação expressa pelo gerúndio é posterior à do verbo principal: O assaltante fugiu, sendo detido duas horas depois. Seria melhor dizer: O assaltante fugiu e foi detido duas horas depois.
4) Quando o gerúndio, copiando construção francesa (galicismo), passa a ter valor puramente adjetivo: Viu uma caixa contendo…A construção mais adequada seria: Viu uma caixa que continha…”
O uso do gerúndio será tão mais impróprio quanto mais se aproxime da função adjetiva, ou da expressão de qualidades ou estados, ou quanto maior a distância entre o tempo da ação expressa por ele e o tempo da ação do verbo principal.

É interessante lembrar que o pior uso do gerúndio é aquele que gera ambigüidade:


1.    “A mãe encontrou o filho chorando.”
(Quem estava chorando? A mãe ou o filho?)

2.    “Ônibus atropela criança subindo a calçada.”

(O ônibus subiu a calçada e atropelou a criança ou o ônibus atropelou a criança no momento em que ela subia a calçada?)


O bom gerúndio é aquele que expressa claramente a idéia de “continuidade de ação”: “Passamos toda a semana analisando este caso”.



Controle de Qualidade CDN Brasil 

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