sexta-feira, 3 de maio de 2013

HOMOFOBIA OU ÁGAPE

Como se sabe, o “ágape” aparece na Bíblia em vários lugares. Aparece no sermão da montanha, quando Jesus constata, referindo-se ao dinheiro e às riquezas, e não a pessoas: “Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mt 6.24).
 
Mas os exemplos de um amor ativo e construtivo são ainda mais abundantes na Bíblia. Em João, vemos Cristo exortando os seus discípulos dizendo: “Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor” (Jo 15.9).
 
Aparece na carta de Paulo aos Coríntios, principalmente no trecho de 1 Cor. 13 que, de tão famoso virou música popular no Brasil, o hino ao amor, que começa: “Ainda que [...]”, e segue: “sem amor [...]”.
 
Será que isso também se aplica à nossa atitude em relação aos homossexuais? Mas o que é “homofobia”? Como se sabe “fobia” significa “medo”, “pavor”, no sentido de “repulsa”.
 
Voltemos à Bíblia. Em 1 João, somos instruídos sobre o “mistério” de toda a vida e espiritualidade cristãs: “Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele” (1 Jo 4.16).
 
Mais adiante, em 1 João ainda, diz-se sobre o medo que o amor é seu antídoto: “No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor” (1 João 4.18, grifos meus).
 
Ou seja, somos advertidos de que as atitudes de medo revelam a falta do verdadeiro e autêntico amor cristão.
 
Mas o trecho que considero mais importante é quando perguntaram a Jesus, qual ele achava ser o maior mandamento de todos, e ele responde: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’” (Lc 10.27).
 
Muitos cristãos têm se escandalizado ultimamente com a legalização de casamentos entre pessoas homoafetivas. Por outro lado, muitos não cristãos (e cristãos, como eu), se escandalizaram com as palavras homofóbicas daquele deputado e pastor Marco Feliciano, que gerou tanta polêmica no país (que até se esqueceu de assuntos tão mais urgentes quanto os “finalmentes” do mensalão). Mas qual lado está certo?
 
Quer um cristão apoie o movimento gay, quer seja contra ou esteja em cima do muro, uma coisa é certa: temos que amá-los (las) de todo o nosso coração, sem acepção de pessoas. Foi isso que Jesus ensinou e é isso que temos que fazer diante das polêmicas. Acontece que muito cristão não vê as árvores em meio ao bosque. E parte para uma justiça do tipo “olho por olho” ou “com as próprias mãos”.
 
Isso está errado, e quem comete esse tipo de erro deve desculpas às vítimas dos seus preconceitos. Então, não é questão de “lado a tomar”, mas da expressão de amor para com aqueles que “Deus amou primeiro”.
 
Isso não quer dizer que o cristão deve dizer que “está tudo liberado”. Ou ser conivente com algum comportamento que a Bíblia desaprova. Não. Sabemos muito bem o que a Bíblia diz sobre a sexualidade (ou ao menos, espera-se que um cristão saiba).
 
Isso me faz lembrar um especialista em educação quando dizia em um programa televisivo: “Sexo não é questão de opção, como se escolhe uma roupa para vestir, como fazem crer muitos chavões sobre a homossexualidade, que tem confundido a cabeça de crianças e adolescentes”. E temos que ser muito firmes nessa abordagem.
 
Mas temos que cuidar para não jogar o bebê com a água do banho. O bebê, no caso, é a pessoa, cuja dignidade está acima de qualquer lei moral, pelo simples fato de ser criatura de Deus. É simples assim, ainda que extremamente complicado para nós, humanos, praticarmos. Em todo o caso, está em nossas mãos, pela graça que nos foi dada, dar um exemplo de equilíbrio e sabedoria à sociedade.
 
 
FONTE: Ultimato

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